Viagem a terra do Whisky

Viagem a terra do Whisky por Ataualpa Reis

É interessante como as pessoas chegam hoje à mesa de um bar e pedem um “Scotch” ou um “Whisky” sem especificar qual marca preferem. Existem hoje na Escócia cerca de 115 destilarias congregadas em 34 empresas que as administram e filiadas a The Malt Distillers Association of Scotland, fundada em 1874. Destilarias de uma mesma localidade tendem a produzir whisky com certas características comuns, mas mesmo assim o produto de uma varia em relação aos seus vizinhos. A razão disto é que o malte, o carvão mineral e a água empregada na sua fabricação podem ser diferentes. Destes a água é especialmente importante. O fato destes ingredientes serem encontrados principalmente no vale Spey, fazem com que a maioria das destilarias se concentrem aqui. O verdadeiro e original Scotch Whisky é feito a partir de Barley maltado. Este é umedecido para iniciar germinação, depois secado com carvão mineral especial que impregna o malte com sua fumaça e depois misturado com água quente para produzir o “wort”. Este é resfriado e enriquecido com fungos para fermentar e se transformar em um líquido chamado “wash”. Aseguir, transportados para destiladores de cobre e aquecido até evaporar e passando por tubulação de cobre, resfriado com água fria e se condensando, resultando no produto final – o Whisky.

O castelo Linlithgow, uma das atrações da Escócia, foi onde nasceu a rainha Mary Stuart

Existe uma distinção geral entre duas espécies de malte whisky: Maltes do Leste e Maltes do Oeste. Os whiskies do Leste, tendem a ser menos esfumaçados pelo carvão mineral e portanto mais leves, especialmente os da ilha de Islay.

Os whiskies do Oeste, são produzidos por destilarias que se concentram principalmente nas Terras Altas e mais particularmente no vale Spey.

Embora conforme ilustrado no mapa seja possível visitar destilarias nas proximidades de Glasgow, Edinburgh, Campbeltown, ilhas de Jura e Islay, foi criada a trilha do whisky, uma rota circular de 112Km para visitar 7 destilarias das Terras Altas:

Viagem a terra do Whisky

Viagem a terra do Whisky

Glenfarclas em Ballindalock 

tel. (080072)257 aberta o ano todo de 9h às 16h30m-funcionando há 150 anos.

Glenfiddich em Duftown

tel. (0340)20373- aberta de 6 de janeiro a 19 de dezembro, de 2a a 6a das 09h30m às 16h30m. 

Glen Grant em Rothes

tel. (03403)413 aberta de 28 de abril a 15 de outubro, de 2ª a 6ª das 10h às 16h.

The Glenlivet em Glenlivet

tel. (08073)427-aberta de 26 de março a 30 de outubro, de 2ª a sábado de 10h às 16h.

Strathisla em Keith

(05422)7471 – aberta de junho a 01 de setembro, de 2ª a 6ª das 09h às 16h.

Tamdhu em Carron

tel. (03406)221- aberta da Páscoa até 30 de setembro, de 2a a sábado das 10h às 16h.

Tamnavulin em Glenlivet

tel. (08073)285-aberta de 15 de abril a 30 de setembro, de 2a a 6a das 10h às 16h.

Viagem a terra do Whisky

A tradicional Banda de Gaita de Foles da Escócia.

Cada uma das destilarias emprega guias especializados para melhor orientar os visitantes que terão oportunidades de adquirir os seus whiskies nas próprias lojinhas. Em Tomintoul, a cidade mais ao sul deste roteiro, deve-se visitar 2 lojas de degustação de Malte Whisky, que são: Glenlivet Whisky Depot e o Whisky Castle.

Em toda esta rota pode-se conhecer a arte da maltagem e destilação e praticar a degustação orientada. Pode-se degustar o malte puro de cor clara, o malte caramelado, o malte envelhecido em tonéis de carvalho e os whiskies blended que são misturas de 40 por cento de Grain Whisky. O Grain Whisky foi criado a partir de 1830 por um processo mais industrializado que o Malte Whisky, e não contém as substâncias aromáticas que dão corpo e paladar ao whisky tradicional, sendo menos agradável ao olfato e ao paladar. A mistura proporcional do Malte ao Grain Whisky mantém o paladar se transformando em um produto com menos corpo e aroma, mas ainda com um caráter de boa bebida.

Estes whiskies conhecidos como blended são os que mais conhecemos no Brasil e com grande variedade de maltes do Leste com maltes do Oeste e cerca de 12 diferentes Grain Whisky. Embora os connoisseur prefiram os maltes puros, o grande comércio de exportação da Escócia é realmente de blended. Antes de iniciar esta viagem pela terra do whisky onde além de conhecê-los sentirão o perfume do ar, o colorido dos campos e das montanhas e o murmúrio dos regatos que correm por aquelas terras, procurem conhecer bastante dos whiskies malte e blended:

Viagem a terra do Whisky

 

Maltes do Leste

The Glenlivet

O clássico é o The Glenlivet, destilado desde 1824 por George Smith. Existem outros Glenlivet de destilarias vizinhas, mas por força de ação judicial todos têm um segundo nome para distingui-los deste que foi o primeiro. Existem garrafas com várias idades de amadurecimento, mas o clássico é de 12 anos. Embora somente 5 por cento da produção seja engarrafada e vendida como simples malte, o restante servindo para blended, não é difícil obtê-lo.

Glen Grant pertence ao mesmo proprietário do The Glenlivet, é encontrado principalmente com 10 anos de envelhecimento. Existe também com 5, 8 e 12 anos.

Macallan é um bom exemplar do vale Spey e encontrado principalmente com 12 anos. Glenfarclas-é outro exemplar do vale Spey, bem encorpado e bem aromático e com 12 anos.

Inchgower – produzido pela destilaria Bells e bem atrativo. 

Aberlour, Mortlach, Linkwood, Longmarn, Glen Mhorsão outros distintos representantes do vale Spey.

Cardhu é um malte whisky recentemente comercializado e pertence a Johnnie Walker e Sons.

Outros maltes do Leste são: Glenfiddich e Balvenie de propriedade de Willian Grant e Sons sendo o primeiro dos mais conhecidos mundo a fora, Tormore pertencente a Long John, Strathisla especialmente interessante com 15 anos de idade e Glenturret.

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Maltes do Norte

Estes são considerados subdivisão dos maltes do Leste e podemos citar principalmente: Highland Park – engarrafado com 75 graus, é rico, encorpado e bem aromático.

Scapa – mais difícil de obter e o mesmo acontecendo com o Old Pulteney que tem um especial gosto frutificado no engarrafamento a 85 graus.

Clynelish -muito usado para após o jantar.

Glenmrangie – perfeito para antes do almoço ou jantar.

Islays e Campebeltonwns – Na ilha de Islay existem 5 destilarias em operação e seus produtos são tão distintos que formam um grupo de whiskies conhecidos como Islay.

Laphoroaig, Bowmore, Bruichladdich, Caol Ila, Lagavulintodos eles têm especial aroma da fumaça do carvão usado no processo de destilação e algum iodo e gosto de mar, provavelmente oriundo da água usada.

Os Campbeltowns são apenas de 2 destilarias atualmente em operação: Glen Scotia e Sprinbank, que têm leveza e fragância bastante características que são dados por um processo característico de destilação em que a primeira e última parte do destilado é redestilada em destilador diferente..

Maltes do Oeste

Aqui encontramos o Isle of Jura da ilha do mesmo nome e Talisker da ilha de Skye, o primeiro com menos aroma mas o segundo com forte aroma dado pela especial fumaça do carvão usado. São comercializados em 70, 80 e 100 graus. Temos ainda o Highland Fusilier, 10 anos velho e em jarros com 8 anos velho e o Edradour ambos pertencentes a Gordon e MacPhail of Elgin.

Maltes das terras baixas

Aqui existem 11 destilarias produzindo whiskies não tão excelentes quanto os das Terras Altas e que são usados principalmente para produção dos blended.

Blended Whisky

O mais antigo é o Haig. Os Haigs destilam desde o século 17 e têm 3 destilarías em Edinburgh, sendo que o blended é produzido em Markinch em 2 engarrafamentos: o standard e a garrafa de luxo o Dimple. Além disto têm também o único Grain Whisky engarrafado atualmente no mercado o Choice Old Cameron Brig, já que os demais são para misturar. Este whisky é vendido em Fife, perto da destilaria e raramente encontrado em outros locais.

O segundo dos grandes e antigos nomes blended é o Dewar, produzido por John Dewar desde 1846 apresentando proporções bem balanceadas de maltes do leste e oeste e Grain Whisky. Existe a forma de luxo Ancestor com maiores proporções de malte whisky.

Viagem a terra do Whisky

A seguir citamos o Johnnie Walker com o popular “rótulo vermelho” e o “rótulo preto com maltes mais escolhidos e mais velhos. Black and White, atualmente um blended só para exportação e Buchanan’s de superior blended e sendo produtor James Buchanan, o primeiro a vender para o bar da Câmara dos Comuns e Membros do Parlamento. White Horse é o último dos “grandes cinco”, clássicos blended da Escócia. Seu produtor James Logan Mackie tem também o blended de luxo “Laird of Logan”. Estes cinco whiskies clássicos colocaram a Escócia no mapa do whisky. Muito próximo dos cinco, estão os produtos de Willian Sanderson Vat 69 e o de luxo Antiquary. O Vat 69, nasceu da escolha pelos amigos de que a melhor mistura de whiskies estava no tonel 69, de vários que ele misturou. É uma bebida mais doce que os outros blended e portanto mais popular entre as mulheres.

Existem literalmente centenas de blends de whisky escocês, alguns inferiores por conterem altas proporções de grains, misturados a maltes jovens, alguns superiores com maiores proporções de malte e mais amadurecidos e os standards que apresentam 40% de maltes balanceados e 60% de grains. Dos mais conhecidos citaremos: McCallum’s Perfection, Bells, Long John, Queen Anne e Something Special (Glenlivete Distrillers), Famous Grouse, Highland Queen, Muiheads, Whyte and Mackay, Catto’s e J & B Rare, Balantine’s, Ambassador, Chivas Regal.

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4 thoughts on “Viagem a terra do Whisky

  • 25 de março de 2024 em 10:05
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    Olá gostaria de saber mais sobre esta viagem Belmond Peru

    Resposta
  • 26 de março de 2024 em 16:19
    Permalink

    Viagem à terra do Whisky
    Texto excelente . Muito interessante conhecer a terra de origem e a fabricação de uma bebida tão apreciada em todo o mundo.
    Belas Fotos !

    Resposta
  • 26 de março de 2024 em 16:19
    Permalink

    Viagem à terra do Whisky
    Texto excelente . Muito interessante conhecer a terra de origem e a fabricação de uma bebida tão apreciada em todo o mundo.
    Belas Fotos !

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  • Pingback: Viagem gastronômica à França - Revista Primeira Linha I

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