Último imperador da noite – Marcelo Solmucci
Último imperador da noite – Marcelo Solmucci
Você sempre foi conhecido como o Rei da Noite, o que acha disso?
Fico muito feliz de ser lembrado como uma das pessoas que engrandeceu a noite mineira, mas quanto a alcunha de rei, acho muito legal, mas engraçado ao mesmo tempo…. Você já viu algum Rei trabalhar a noite inteira e já ter que acordar trabalhando, pois tem que preparar a casa para funcionar?
Com personalidades no Camarote da Brahma
no Sambódromo da Marquês de Sapucaí
Como você começou sua carreira de empresário?
Meu primeiro evento aconteceu quando eu tinha somente 13 anos…O pai de um amigo vendeu sua casa na Serra, e eu e o filho dele fizemos uma festa despedida e conseguimos vender 120 ingressos para turma. Só por curiosidade o convite foi impresso em mimiográfo… kkk. Depois disso nunca mais parei de empreender, vendi em 3 meses 5 mil blusas indianas, biquinis que eu trazia do Rio, anéis de brilhante e ao mesmo tempo continuei fazendo um monte de festas de grande sucesso na noite de BH…
Organizei por 10 anos o Réveillon do Favela, os aniversários do saudoso colunista Eduardo Couri, muitas festas shows com bandas que marcaram época, como 14 bis, Lobão, KidAbelha, Paralamas, etc.
E qual foi sua primeira casa noturna e quais vieram em seguida?
Depois de fazer sucesso promovendo eventos, fui convidado por um dos baluartes da noite, meu grande mestre, Ivo Melo, proprietário da Le Galope, para revitalizar a casa e tornar me seu sócio . Foi ai que inaugurei a primeira casa noturna, a Parthenon, que fez um sucesso tão grande que em menos de 6 meses de vida, virei o maior vendedor do whisky House of Lords do Brasil e ganhei como prêmio uma viagem a Escócia e Inglaterra, onde tive a honra de ser recebido pelo prefeito de Edimburg, os governadores das províncias e pelos proprietários de diversas destilarias…Peguei gosto pela coisa e não parei mais …Montei o Galla Recepções e foi então que comecei a sociedade com meu irmão, Paulo Solmucci, no Bar Sausalito e depois disso dominamos por anos o setor de entretenimento, colocando BH como referencia na noite do Brasil.
À medida que fui viajando, novas ideias foram surgindo e com elas casas que fizeram história em nossa cidade. No famoso “Triangulo das Bermudas” da Savassi, tínhamos 3 casas, o Sausalito, o Amoricana e a Villa Marguerita, onde os grandes eventos eram comemorados, levando milhares de pessoas às ruas e consequentemente aos nossos bares, como a Copa do Mundo, esquenta do Carnabelô, comemorações de títulos, desfile de modas, etc. Era com certeza, o quarteirão mais charmoso da cidade… Depois surgiu o Buffet Sausalito, visando atender à quantidade de eventos que surgiam…Para o público jovem, compramos a Chamonix e montamos no local a boite
Bonaparte, depois veio a Bonaparte Imperius, Coliseu do Esporte, onde colocamos a primeira pista rotativa do Brasil e o Coliseu do Chopp. Para a nata da sociedade, veio o Ao Bar, que até hoje é considerada uma das casas mais inovadoras e bonitas do Brasil. No Ponteio Lar Shopping, inauguramos uma linda Steak House, o Ao Grill…Na rua Sergipe, fizemos a boite Manhattan, que tinha na pista de dança uma maquete de Manhattan de cabeça para baixo. Transformamos a vida noturna do bairro de Lourdes, com a inauguração da choperia Columbia cujo convite de inauguração era um training com a marca da casa e da Antarctica pois estávamos no inverno. Antes, na região, só tinha o Tio Zé, que era um boteco muito tradicional. Hoje os mais badalados restaurantes de BH estão por lá…
No tradicional Minas Tênis clube, inauguramos o Restaurante da Unidade 2 e assumimos a operação de todas as suas lanchonetes.
Depois surgiu a rede de Franquias Pizza Mais, que chegou a ter mais de 20 lojas em BH e Brasília.
Finalmente, onde era StationOne, fizemos a Boite Cinema Paradiso. Foi um tempo mágico, onde nos tornamos os maiores vendedores em pontos de venda
dos whiskies Ballantines, JB, Chivas e da vodka Orloff. Também fomos o segundo maior vendedor de chopp e cerveja Brahma do Brasil.
Conhecemos artistas, empresários, gente que faz e acontece e tivemos o orgulho e prazer de gerar mais de 700 empregos diretos…
Quando você mudou para Brasília e o que você fez por lá?
Em 2004, com o nascimento do meu filho Lucca, resolvi mudar de ares e fui para Brasília cuidar da expansão do Pizza Mais. Em 3 meses por lá já tinha comercializado 6 franquias e também me tornei diretor comercial e de marketing do premiado Café Cristina…
Pouco tempo depois fui convidado por um amigo para ser sócio e diretor do Grupo Potencial no Centro Oeste.
Começamos com dois funcionários e 7 anos depois, já tínhamos 40 agências que prestavam todo tipo de serviço para o Banco do Brasil e também administrávamos diversos pontos terceirizados de correspondente bancário. Como o mosquito do entretenimento nunca me abandonou, montei no Shopping Pier 21 um restaurante e um bar, a Zimbrus que vendia saladas e health food e o Bar do Ferreira. Foram 9 maravilhosos anos na capital do país…
Como aconteceu a mudança para Vitória?
Se tem algo que me seduz é um novo projeto e em 2013 fui convidado para ser presidente no Brasil da Brandani, uma empresa italiana que tinha no seu portfólio 2 mil produtos de utilidades domésticas.
Apesar de já ser referência na Europa, a empresa estava tendo grande dificuldade no processo de implantação no Brasil. Foi um enorme desafio, mas a vontade de viver novos sonhos, me fez sair do planalto central e desembarcar em Vitória, sede da empresa, pois todos nossos produtos chegavam pelo porto do Espirito Santo e o galpão logístico era na cidade de Serra. Tínhamos também um grande show room na capital.
Essa foi uma das melhores experiências da minha vida. Participava duas vezes por ano da MACEF, feira de Milão, onde a Brandani Itália, tinha um stand de 700m2 onde os novos produtos eram lançados…
Trabalhei muito, fechei contrato com os melhores players do mercado, participei ativamente da formação do novo quadro societário e quando estávamos atingindo uma posição confortável e promissora, infelizmente a empresa foi vendida e resolvi voltar para minha amada BH.
E como foi a volta?
Comprei o Restaurante Maria das Tranças Savassi, uma empresa que na época tinha 65 anos e que é conhecida por ter o melhor Frango ao Molho Pardo do Brasil. Assumi a casa e além do restaurante montei um self service e transformei o casarão antigo em uma casa de show, que virou palco dos melhores músicos mineiros.
Você também morou nos Estado Unidos?
Como disse, nada me motiva mais do que novos desafios, por isso quando um amigo que tinha montado um restaurante em Boca Raton que atravessava grandes dificuldades me fez uma proposta para mudar para lá e fazer um projeto novo no local aceitei sem hesitar. Me mudei com toda a família e modéstia à parte, montei uma casa fantástica e com um conceito inovador, o “The Locale”, que ainda hoje faz muito sucesso na Florida…Por problemas societários, sai do restaurante e novamente voltei para BH e fui cuidar do Maria Das Tranças, onde consegui que a casa fizesse ainda mais sucesso, aumentando em quase 30% o faturamento.
Como foram os efeitos da pandemia? Vocês permanecem fechados?
Sim, estamos fechados desde 18 de março de 2020, pois com esse abre e fecha, essa política absurda, fica impossível tocar uma casa. Em uma decisão em conjunto com meu ex sócio Ricardo Rodrigues, decidimos não mais reabrir o Maria das Tranças da Savassi, porque entendemos que hoje o mercado só comporta uma casa com essa proposta e a do São Francisco completou 70 anos. Fui muito feliz com essa parceria e torço muito para que o Maria das Tranças faça mais 100 anos de sucesso…
E os novos projetos?
Acredito que toda crise traz novas oportunidades, tem sido assim em toda minha vida, sendo assim, estou montando juntamente com 4 sócios de enorme sucesso em BH, o Made in Famiglia, uma empresa de congelados, onde todos os pratos vêm com a assinatura do Chef Veneziano e sócio Mássimo Bataglini (Clube do Cheff, Outland, Villa Matiazzi), que com certeza vai revolucionar o conceito de comida congelada…Meus outros sócios são Idel Yarochevisky (Clube do Chef ,Outland), Antônio Faleiro (indústria Faleiro) e Alceu Lima (Mercado Grano).
Em junho abriremos as 3 primeiras lojas, Belvedere (Lagoa Seca), São Pedro (Perto do Verdemar), Lourdes e se Deus quiser Buritis… Pretendemos vender mais de 100 franquias no Brasil.
Em Breve também vou reabrir um restaurante e com a mesma turma um salão de festa no Jardim Canadá.
De tudo o que você fez até agora, o que mais te realizou?
A melhor coisa dessa longa estrada foi ter a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas, fazer amigos de verdade, desbravar novos mundos e principalmente ter a certeza que a família é a coisa mais importante dessa vida
e que sem Deus não somos nada…
Vamos sair melhores dessa loca pandemia se Deus quiser…
Oi…
Visitei seu site, muito bom, voltarei em breve.
Conheça o Sistema Primavera, vai gostar…
Obrigado..!