PRECIOSIDADES DA ENGENHARIA
PRECIOSIDADES DA ENGENHARIA
Centro de Memória da Escola de Engenharia da UFMG: o passado revivido em acervo de objetos e obras raras
Fotos – arquivo pesoal
PRECIOSIDADES DA ENGENHARIA. Belo Horizonte, cosmopolita, hospitaleira e prestes a completar 126 anos, se sobressai pelo contraste arquitetônico entre empreendimentos modernos e construções antigas que mantêm viva a sua história. E é na rua da Bahia, número 52, no centro da cidade, que se encontra um dos prédios históricos que sobreviveu ao tempo e chama atenção pelo estilo eclético e com influência neoclássica. É neste endereço que está instalado o Centro de Memória da Engenharia (CME) UFMG, criado em 1993 pela Associação dos ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG com apoio da Escola de Engenharia e da reitoria da instituição de ensino.
O prédio centenário – construído em 1921 e tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico (IEPHA), integra o complexo de imóveis da antiga Escola de Engenharia e inserido no conjunto arquitetônico da Praça Rui Barbosa (Praça da Estação). O projeto foi assinado pelo renomado arquiteto Dario Renault Coelho.
À frente da presidência da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG, Consuelo Bethônico Máximo ressalta que a criação do Centro de Memória da Engenharia UFMG foi primordial na manutenção, reunião e recuperação do acervo técnico-científico e cultural da Escola de Engenharia. “O centro de memória de uma instituição preserva a sua história e, ao mesmo tempo, reúne, organiza e disponibiliza informações. Trata-se de memória cultural, faculdade que nos permite construir uma imagem e uma identidade da instituição”, diz.
PRECIOSIDADES DA ENGENHARIA. Ao recordar a trajetória do centro, ao longo dos 30 anos, a gestora ressalta a importância do espaço. “O local, que recebe doações diversas, abriga uma biblioteca e um museu, que possui um rico e diversificado acervo de peças, equipamentos e instrumentos”.
Consuelo Bethônico lembra que o prédio foi construído com objetivo de instalar o Instituto de Química Industrial da então Escola de Engenharia de Belo Horizonte. “Em 1944 se instalou neste prédio o Instituto de Tecnologia Industrial de Minas Gerais, o ITI – MG. Aí, em 1953, foi identificado o nióbio no mineral pirocloro das jazidas de Araxá”.
Já em 2017, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) aprovou a concessão do prédio à UFMG cuja destinação específica era voltada para a instalação do Centro de Memória da Engenharia.
Museu
PRECIOSIDADES DA ENGENHARIA. Percorrer as dependências do museu é uma experiência única. Em cada ambiente há uma variedade de aparelhos e objetos curiosos e interessantes expostos e que têm relação direta à profissão de engenharia nas suas mais diversas áreas: civil, eletrotécnica, transmissão e recepção, computação, mecânica e química.
Entre os materiais expostos estão antigos aparelhos topográficos, teodolitos e níveis, balanças analíticas, réguas de cálculo, calculadoras diversas (manuais, elétricas e eletrônicas). Há também raridades, como os primeiros modelos de computadores, além de aparelhos elétricos portáteis e de mesa, motores elétricos, aparelhos demonstrativos de eletricidade estática, torno mecânico paralelo de bancada e compactador de terreno.
No setor de comunicação há uma gama de telefones de diversas épocas e modelos. O destaque fica com o modelo mais antigo, de 1890, feito em metal e baquelite (resina sintética). Já no setor de rádios e eletrolas (aparelho reprodutor dos sons registrados num disco por processos eletromecânicos). O museu também abriga um fonógrafo – primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons e criado por Thomas Edison (1847-1931), um dos maiores inventores da humanidade. O equipamento, em exposição, é de 1870.
Biblioteca
PRECIOSIDADES DA ENGENHARIA. A biblioteca do Centro de Memória da Engenharia é composta por mais de 20 mil livros, publicações, revistas, do passado ao presente. Há inúmeras publicações de teses de mestrado e doutorado de autorias de alunos da Escola de Engenharia da UFMG.
Os holofotes ficam com as obras raras de grandes autores, como Descartes, Laplace, Poincaré e Pasteur. Ao todo são mais de 200 títulos e mais de 650 exemplares datados de 1600 a 1900.
Entre as obras antigas destacam-se: “Oeuvres” (Descartes, 1897); “Oeuvres Complétes” (Laplace, 1878); “Architettura d’acque” (Gio Battista Baratteri, 1656); “Mineralogie” (Haily, 1822); “Traité Elementaire de Chimie” (Lavoisier, 1793) e “Descriptionis Ptolemaica Augmentum” (Cornelio W Louanienfe, 1598).
“Todo este acervo está em processo de curadoria, recuperação e registro para exposição, que seguirá padrões de projeto museológico e museográfico a serem contratados. Por hora, parte está exposto em vitrines e estantes, já identificados e separados por setor, distribuídos nas diversas salas do prédio”, explica Consuelo Bethônico.
O centro também possui um anfiteatro com 90 lugares. No local há equipamentos necessários para a realização de palestras, cursos e seminários.