Espetáculo apoteótico e aplaudido por tempestade de palmas

Filarmônica de Minas Gerais executa pela primeira vez a monumental Sinfonia Alpina, de Richard Strauss e a Sinfonia Tropical de Francisco Mignone, NA CELEBRAÇÃO DE 125 ANOS DO COMPOSITOR BRASILEIRO

Nos dias 15 e 16 de dezembro na Sala Minas Gerais, em um encerramento grandiloquente da Temporada 2022, a Filarmônica de Minas Gerais foi dos trópicos aos Alpes, concluindo a celebração dos 125 anos de Francisco Mignone com a sua Sinfonia Tropical e executando pela primeira vez a monumental Sinfonia Alpina de Richard Strauss. A regência foi do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Este concerto foi apresentado pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais, Gerdau e Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.

Maestro Fabio Mechetti

Repertório

Francisco Mignone (São Paulo, Brasil, 1897 – Rio de Janeiro, Brasil, 1986) e a obra Sinfonia Tropical (1958) Em carta ao musicólogo Vasco Mariz, Mignone escreve: “Tudo se pode realizar em arte, desde que a obra traga uma mensagem de beleza e deixe no ouvinte a vontade de querer ouvi-la mais vezes. Não acontece isso também nas outras artes?”. Considerado por Mário de Andrade como um dos maiores compositores brasileiros de sua época, Francisco Mignone compunha uma música espontânea, de uma felicidade contagiante. A Sinfonia Tropical, em um movimento, pertence ao final de sua fase nacionalista. Ao longo de quase vinte minutos de duração, a obra se desenvolve em vários quadros curtos, quase como uma fantasia, com coloridos singulares e atmosferas contrastantes. A temática brasileira se apresenta na escolha do tema principal, de caráter nordestino, que volta e meia reaparece em diferente orquestração, como forma de ligação entre as diversas seções. Uma música exuberante, com orquestração requintada, na qual podemos perceber a mistura de arroubos sinfônicos à maneira de Villa-Lobos com o refinamento orquestral de Ottorino Respighi e certo primitivismo stravinskyano.

Richard Strauss (Munique, Alemanha, 1864 – Garmisch-Partenkirchen, Alemanha, 1949) e a obra Sinfonia Alpina, op. 64 (1911/1915)

Com o nome de Sinfonia Alpina, a obra é, na verdade, um poema sinfônico que descreve um dia passado nos Alpes bávaros, num ciclo que vai de uma noite a um anoitecer. A criação desta obra teve duas motivações diferentes entre si e do próprio resultado. De um lado, Strauss queria fazer uma obra em memória do retratista suíço Karl Stauffer, que havia vivido uma paixão trágica. De outro, queria falar de sua recusa ao cristianismo como alicerce da sociedade alemã, mostrando a natureza como a força que deveria prevalecer. As ideias musicais pensadas inicialmente para os dois temas ficaram na obra que se concentrou na evocação da paisagem alpina e na força do homem que a escala, nela vive e trabalha. Para falar disso, Strauss é monumental. Uma orquestra enorme, instrumentos fora do palco, notas longas e contrastes em 22 seções que descrevem a subida da montanha ainda à noite, o amanhecer, o ápice e a descida, com a chegada ao sopé junto a um novo anoitecer. Nesse trajeto, surgem as diversas paisagens da região, naturais e humanizadas, bem como situações tensas, como perder-se no caminho e enfrentar uma tempestade. A Sinfonia Alpina foi escrita num momento em que Richard Strauss estava mergulhado no universo da ópera, mais de vinte anos após ter composto seus principais poemas sinfônicos. A estreia se deu em 28 de  outubro de 1915, em Berlim, com Strauss dirigindo a Orquestra de Dresden.

Sobre a Orquestra

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação. Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas. O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, entre eles o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano. A premiação dada pela Revista Concerto em 2020 teve como tema “Reinvenção na Pandemia” e destacou as transmissões ao vivo de concertos realizadas pela  Filarmônica naquele ano, em sua Maratona Beethoven, e ações educacionais como a Academia Virtual. O CD Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, lançado em 2020 pelo selo internacional Naxos em parceria com o Itamaraty, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

EM PORTUGAL

O jornalista José Lopes e Ana Maria também estavam presentes no Camarote da Presidência

Em 2022, dos dias 6 a 9 de setembro, a Filarmônica de Minas Gerais realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concerto do país: em Porto, na Casa da Música; em Lisboa, no Centro Cultural de Belém; em Coimbra, no Convento São Francisco. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, realizou um concerto a céu aberto, no dia 7 de setembro, no Jardim da Torre de Belém, na programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa. A turnê teve um público de sete mil pessoas nas quatro apresentações e excelente repercussão na imprensa.

O Presidente do Instituto Cultural Filarmônica de MG, Diomar Silveira foi o anfitrião no seu camarote de um grupo de representantes do Corpo Consular de MG, no concerto de encerramento da temporada de 2022. A Sala Minas Gerais, que está entre as 10 melhores salas de concertos do mundo, estava lotada de assinantes da  Filarmônica e de público em geral.

Presentes no camarote da presidência: Cônsul Francisco Pontello, de Trinidad y Tobago, com Maria Luiza Soares, ele presidente
do Corpo Consular. Cônsul da Hungria, Agnes Farkasvolgyi, da Hungria , com Henrique Santana. Cônsul da Dinamarca, Luciana Simões Rezende, com Daniel França de Freitas. Cônsules de Israel, Silvio Musman, da Tchéquia, Luiz Guadalupe, do Peru, David Guzman. A cônsul da Suíça, Astrid Boller, com o esposo, Sérgio Bicalho, estava acompanhada do ex-embaixador da Suíça no Brasil, André Riégli e de Auzier Cocenza Jr.

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