Jacob Lopes de Castro Máximo dizia ser “como advogado um bom fotógrafo”

Por Maria Flávia Bethonico Máximo
(primogênita)

Entusiasta do milagre Vida, fascinado pelo ser humano, o advogado fotógrafo de “indomável cabeleira branca”, fazia questão de registrar com sua inseparável máquina fotográfica tudo que experimentava, pessoas que amava, lugares que percorria. Registros de inigualáveis instantes que perpetuam o tempo.

Com a licença dos amigos leitores, faço aqui um parêntese no texto para externar que jamais vou esquecer do carinho com o qual papai fazia cada álbum, separava cada foto para os amigos. Sorria. Sentado no sofá ao lado da mamãe, tinha papai a cara de feliz com as histórias que registrava. Lembranças que seriam entregues com esmero, pessoalmente, nos dias seguintes, num pacote acompanhado de cartão que juntos pensavam, nas letras docemente caligrafadas por minha mãe.

Jacob não se calava diante das injustiças. Destemido, era firme em suas intervenções, suas indignações e fiel às suas palavras. “Processualista de escola, mestre dos memoriais e das sustentações orais”. Revelava a honra e a dignidade da advocacia, cumpria sua função social, respeitava a independência de seus pares, bem como a de seus ex-adversos. Entre os Magistrados era bem-vindo, mas jamais se utilizou de influência indevida. Requeria, mas jamais abusou de suas prerrogativas.

Humano, ético, combativo.

Era ele um verdadeiro amigo do coração, de largo sorriso, gargalhada estimulante. Unia e reunia. Acolhia! Generoso, caridoso, nada desdenhoso. Muito ajudou, sem esperar a troca de um favor. Sábio. Breve nos telefonemas, diligente e zeloso com os problemas. Jacob cativava, encantava e, à farta, circulava.

Amigo da Cultura, aplaudia, cantava e dançava. Na confraria do vinho, bebia das boas uvas e das amadurecidas amizades. Nos restaurantes degustava os bons pratos, e se deliciava com as amizades dos garçons e cozinheiros que gentilmente o festejavam.

Esposo, Pai e Avô, com a família se realizou. Casa de imenso amor.

Homem de todas as rezas, de todos os Santos, era católico e também formou-se teólogo. Nos passos de Cristo, amava seus irmãos. Recebia sempre bem as bênçãos advindas de todas as religiões. Seguiu sempre com Fé e Gratidão, deixando como legado a riqueza do amor de uma Vida plena, imortal em nossos corações.

(Sua benção, pai… Deus te abençoe, minha filha).

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