PRÊMIO PRIMEIRA LINHA ESPECIAL 2021 – BIBLIOTECA EDUARDO ALMEIDA REIS
PRÊMIO PRIMEIRA LINHA ESPECIAL 2021 – BIBLIOTECA EDUARDO ALMEIDA REIS
EXEMPLO DE ENGAJAMENTO SOCIAL E CULTURAL
Por Nívia Carvalho
O Prêmio Primeira Linha Especial desta edição condecora uma iniciativa rara e notória de responsabilidade social, engajada em um hábito tantas vezes esquecido no atual contexto digital imposto pelo avanço frenético do conteúdo tecnológico e primazia das redes sociais: a promoção da leitura. Luzes e foco na Biblioteca Eduardo Almeida Reis, construída dentro da indústria de eletrodomésticos Suggar, pelo fundador José Lúcio Costa, entusiasta nato da leitura e merecedor do Troféu Primeira Linha, representando o espaço digno de aplausos e reconhecimento.
A HISTÓRIA DA BIBLIOTECA Eduardo Almeida Reis
Ela está há mais de duas décadas entre as centenas de colaboradores da fábrica da Suggar em Belo Horizonte, envolta em um cenário fascinante de histórias, contos e informação. Instalada em meados dos anos 2000 em meio a componentes eletrônicos, tecnologias de ponta e equipamentos de última geração, a Biblioteca Eduardo Almeida Reis é um convite para uma viagem irresistível, envolvente e encantadora para os mais singulares destinos do universo literário.
“Ao criar a biblioteca, minha intenção foi facilitar o acesso à leitura e incentivar nossos funcionários a adquirir conhecimento no próprio ambiente de trabalho, o que contribui para a evolução tanto pessoal quanto profissional”, declara o fundador da Suggar, José Lúcio Costa, idealizador e fundador da biblioteca que homenageia o cronista, romancista, humorista, historiador e jornalista Eduardo Almeida Reis. “A escolha do nome foi em função do respeito literário que temos por ele, que é também o maior doador do nosso acervo”, enfatiza.
Ampliar perspectivas e visões, aguçar o potencial criativo, dar vazão à imaginação e abrir os horizontes do conhecimento: sem dúvida, o hábito da leitura representa um salto para o crescimento. Investir na essência dessa prática para potencializar o desenvolvimento intelectual e cultural, incentivando e motivando o interesse diário pelos livros é inspirador e digno de profundo valor e reconhecimento.
Acervo e estrutura
Mais de 23 mil exemplares compõem o acervo da Biblioteca Eduardo Almeida Reis, contemplando as categorias infanto-juvenil, romances, crônicas e biografias, todos cuidadosamente organizados e catalogados. “Muitos foram comprados por nós, mas na sua maioria, a origem do acervo vem de doações, como por exemplo, os livros oriundos do fechamento da Livraria Van Damme”, esclarece Lúcio Costa.
Os protocolos de empréstimo e devolução dos livros são controlados por uma bibliotecária profissional, que atende o público das 7h às 17h. O processo de cadastro de funcionários, familiares e amigos é simples e rápido, e cada usuário pode adquirir até três livros por mês, com prazo de até um mês para entrega. “Quando existe demanda de algum livro que ainda não temos, é uma ordem minha adquirir imediatamente o exemplar solicitado”, ressalta o fundador.
O acesso à biblioteca é muito fácil: basta atravessar a rua e mergulhar no vasto universo do conhecimento. Verdadeiro refúgio de paz, a biblioteca está instalada no segundo andar do prédio administrativo e reserva um ambiente prazeroso para os leitores, com direito a uma estrutura aconchegante, confortável, silenciosa, tranquila, climatizada e equipada com cadeiras próprias para leitura, computador e internet.
Exemplo a ser seguido
Há mais de duas décadas, a Biblioteca Eduardo Almeida Reis vem proporcionando experiências inesquecíveis e únicas de leitura, evidenciando a forte influência do idealizador no desenvolvimento crescente do hábito entre os usuários. “Todos nossos funcionários conhecem a minha história de superação e de paixão pelos livros, por isso, acredito que tenho influenciado de alguma forma”, analisa o fundador.
Como exemplo a ser seguido, Lúcio Costa revela que o encantamento pela leitura impulsionou de maneira considerável o seu êxito empresarial e fortaleceu seu espírito empreendedor. “Algumas vezes interrompo o trabalho e caio na leitura por uma meia horinha”, admite. “Isso me renova, me dá força, melhora a minha percepção sobre os problemas da vida e me dá forças para continuar”, expõe.
“Para mim, a leitura funciona como salva-vidas, tanto no aspecto vivencial e cultural quanto evolutivo do dia a dia”, avalia Lúcio Costa. “Minha trajetória profissional e pessoal teve muita influência de tudo o que já li e aprendi com os livros”, conta, enfatizando os benefícios da leitura para o ser humano. “Ler estimula a criatividade, trabalha a imaginação, exercita a memória, contribui com o crescimento do vocabulário e a melhoria na escrita”, assinala.
O interesse pela leitura surgiu quando Lúcio ainda era criança e frequentava a porta do Cine Santa Efigênia, onde se encontrava com outros entusiastas para falar sobre história em quadrinhos e trocar revistinhas. De lá pra cá, o leitor voraz já perdeu a conta de quantos livros leu, mas acredita que já ultrapassaram a marca dos quatro mil exemplares, entre crônicas, biografias e romances, principalmente de autores consagrados, como Clarice Lispector. E vem novidades por aí, pois o leitor contumaz tem planos para brevemente escrever sua própria narrativa.
Liderança Suggar
2022 promete ser o ano da retomada econômica e da expansão de mercado para os mais diversos segmentos. Nesse cenário, o crescimento da Suggar ganha força com a nova linha de fogões, lançada há apenas um ano, com resultados surpreendentes que culminaram na ampliação da fábrica para suprir a alta demanda.
Todo esse sucesso é fruto da dedicação de mais de mil profissionais altamente qualificados, envolvidos na fabricação de um produto de primeira necessidade. “A nova fábrica de fogões impulsionará nossa linha de eletrodomésticos,somando-se à retomada econômica prevista para o próximo ano”, avalia o fundador, exercendo uma destacada liderança à frente da Suggar.
Fundada em 1978, a empresa é reconhecida por fabricar o depurador de ar mais vendido do Brasil. Com duas fábricas, uma em Belo Horizonte e outra na cidade de Conde, na Paraíba, a Suggar também é líder em vendas
de lavadoras semiautomáticas de roupas e inclui mais de cem produtos em seu portifólio, como adegas climatizadas, frigobares, cervejeiras, máquina de gelo, churrasqueiras, fogões, cooktops, depuradores, coifas, fornos e fritadeiras elétricas, centrífuga, passadeiras de roupas e umidificador de ar.
Presenças na solenidade de entrega
A Biblioteca Eduardo Almeida Reis
Rogério Faria Tavares
Jornalista, Doutor em Literatura e Presidente da Academia Mineira de Letras
Batizada com o nome do notável escritor Eduardo Almeida Reis, ocupante da cadeira de número 24 da Academia Mineira de Letras, a biblioteca da Suggar foi idealizada por um leitor voraz: o fundador da empresa, Lúcio Costa, tendo Kátia Rabelo, outra apaixonada por livros, como uma principais doadoras. Instalada nas dependências da fábrica, no bairro “Olhos d’Água”, em Belo Horizonte, ela reúne centenas de volumes valiosos, todos generosamente postos à disposição dos funcionários. Sensíveis e atentos ao desenvolvimento humano e intelectual da comunidade em que se inserem, os líderes da Suggar incentivam e celebram firmemente o hábito da leitura, dando exemplo inspirador a todo o mundo corporativo. O Brasil seria certamente outro – muito melhor – se iniciativas dessa natureza se multiplicassem pelo seu território. O que falta para que isso aconteça?
Na manhã em que Lúcio foi merecidamente homenageado pelo jornal “Primeira Linha” por conta desse importante trabalho em favor das Letras, pude dizer aos presentes o quanto é importante que, à riqueza econômica, se juntem a riqueza social e a cultural. Integradas, essas três dimensões são capazes de produzir mais bem-estar e felicidade, razões pelas quais vivemos. Para falar apenas do campo da Cultura, em que me sinto mais confortável, é sempre bom lembrar que a Literatura é um elemento que acompanha a trajetória da humanidade desde tempos imemoriais, ampliando seus horizontes, refinando a sua inteligência e a sua capacidade de refletir, discernir e criticar, alargando as possibilidades de análise e de tomada de decisão e permitindo imaginar mundos impossíveis, reinventando a realidade. Ninguém termina de ler um bom livro do mesmo modo como começou.
Como presidente da Academia Mineira de Letras, fundada há cento e doze anos, sonho com o dia em que visitarei mais e mais projetos empresariais como o da Suggar, voltados para o livro e a leitura, bases de todo o país que se pretende civilizado. Não há como tornar-se uma nação forte e livre, respeitada em todo o planeta, sem o necessário apreço por eles e pelo que são capazes de nos oferecer.