UM RELATO DIRETO DA BIG APPLE – LÚCIA TRISTÃO

LÚCIA TRISTÃO CONTA COMO PRODUZIU A ÓPERA PHAEDRA & HYPPOLYTUS

Fotos – Bruce Klyne/divulgação

 

Diretamente de New York, onde reside há 50 anos, a promotora de eventos culturais, a mineira Lúcia Tristão conta tudo sobre a montagem da ópera PHAEDRA & HYPPOLYTUS, que produziu no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no ano de 2013

 

Tudo começou em outubro de 2009, em New York, quando Lúcia foi convidada para assistir à primeira leitura da ópera “PHAEDRA & HYPPOLYTUS”, no “Mannes School of Music”, em cartaz na Big Apple.

“Após o espetáculo, fui apresentada ao jovem compositor CHRISTOPHER PARK, autor da obra”, relembra.

Emocionada com a música, a mineira revelou ao artista a sua intenção de encenar sua ópera em Belo Horizonte, sua terra querida e onde ela e sua mãe, Maristella Tristão, têm profundas raízes culturais.

DIREITOS NA AMÉRICA DO SUL

“Depois de muitos encontros, o compositor gostou da ideia e, por minha solicitação, deu-me os direitos da ópera para encenação na AMÉRICA DO SUL”, lembra.

Lúcia chama a atenção para o fato de que a ópera é composição musical que demanda muito tempo; e, para transformá-la em realidade, é necessário, além de tempo, uma longa jornada, feita de muita luta, persistência e dedicação.

“Assim, arregacei as mangas e me pus em campo de batalha para realizar o sonho. Firme em meu propósito, viajei para Belo Horizonte, entrando em contato com o Palácio das Artes, da Fundação Clóvis Salgado”, conta.

A parceria de intercâmbio cultural foi aceita com entusiasmo, pois tratava-se de produção musical e teatral inédita, de compositor jovem e vivo

“Dando seguimento aos trâmites de praxe, tive uma reunião com a Presidência da instituição, para discutirmos questões administrativas e econômicas relativas à encenação do espetáculo. E, na sequência das muitas reuniões e conversações, ficou acertado que me seriam disponibilizados o grande palco do Palácio das Artes e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, bem como o Coral Lírico da Fundação Clóvis Salgado.

Porém, para atender às exigências legais, era necessário que o projeto fosse apresentado através de uma instituição cultural. “Foi quando entrei em contato com a Sra. Letícia Nelson de Senna, para saber da possibilidade de a instituição Amigas da Cultura ser a proponente do meu projeto”, revela.

Letícia, gentilmente, informou que não era mais a Presidente das “Amigas da Cultura”, mas que colocaria a produtora cultural em contato com a nova Presidente, Sra. Consuelo Máximo, o que foi feito, e a solicitação, secundada pelo apoio de Letícia, foi aceita.

Mas o trabalho estava apenas começando. Agora, viria a parte operacional de viabilização do Projeto

Mais uma vez, Lúcia volta ao passado: “Novamente, arregacei as mangas e comecei a fazer contatos com as pessoas que, sob minha direção, participariam da montagem do espetáculo, as quais relaciono abaixo:

 

Fernando Bicudo, meu conhecido, para cuidar da direção artística e cênica. Depois de ouvir a música, que o entusiasmou, aceitou o convite, combinando que levaria sua equipe técnica, cenógrafo, cenaristas virtuais, iluminação, parte do elenco e cantores solistas.

 

Alexander Filipov, meu grande amigo, bailarino russo residente em NY (com quem dancei o “pas de deux” AS BODAS DE AURORA, no espetáculo de inauguração do Palácio das Artes, no ano de 1971), para ser o coreógrafo. A capital mineira promoveria audições para escolher o Corpo de Baile que faria parte do espetáculo, tendo sido selecionado o “Ballet do Centro Cultural SESIMINAS”.

 

Karema Deodato, figurinista de grande talento, filha do não menos talentoso e famoso Eumir Deodato, pianista, arranjador e produtor musical brasileiro”.

 

A mineira/novaiorquina relembra que, definida a equipe técnica principal, era necessário elaborar tecnicamente o Projeto, a fim de que o mesmo fosse apresentado para a obtenção do apoio da Lei nº 8.313/1991, a Lei ROUANET.

 

“Novamente, fui ter com Letícia Nelson de Senna, para que me desse uma orientação sobre a quem buscar para redigir o Projeto na conformidade exigida pela citada Lei Rouanet. A recomendação foi para que eu procurasse a agência VIA SOCIAL, dirigida por Andrea de Magalhães Matos e Henrique Godoy, conta.

 

Elaborada a Planilha, o Projeto foi enviado ao Ministério da Cultura, onde foi aprovado. Foi quando Lúcia Tristão obteve o OK para a captação de recursos, que é a parte mais difícil

 

Ela, então, começou a bater às portas de possíveis parceiros, tendo recebido muitos NÃOS. “Apesar das dificuldades, não desisti. E consegui uma reunião com o Dr. Olavo Machado, então Presidente da FIEMG, na qual fui acompanhada pela minha assistente pessoal, Sra. Norma Resende“, relembra.

 

“Apresentado o Projeto, o Dr. Olavo Machado se prontificou, com muito entusiasmo, a dar-me cartas de apresentação para várias empresas mineiras, entre elas a VALE”, diz.

 

Lucia lembra que Norma Resende ficou encarregada de enviar as cartas via e-mail para todas essas empresas. “E depois de uma espera que me pareceu uma eternidade, veio uma resposta positiva da VALE, que estava disposta a abraçar o Projeto, notícia que foi celebrada com alegria e emoção”, recomemora.

 

“Essa foi minha ‘saga’ para realizar o meu Projeto: encenar, em estreia Sul-Americana, na minha cidade natal, a Ópera PHAEDRA & HYPPOLYTUS, no Grande Palco do Palácio das Artes, com o Valioso e indispensável apoio da Associação Amigas da Cultura.

 

Na entrada reservada aos artistas para o Grande Teatro, há placas marcando as presenças dos atores Paulo Autran (1922-2007) e Paulo Gracindo (1911-1995), do bailarino espanhol e virtuose do flamenco Antonio Gades (1936-2004), dos balés russos Kirov e Bolshoi, do pianista Nelson Freire, da orquestra Filarmônica de Nova York, sob regência do maestro Zubin Mehta, da cantora lírica Maria Lúcia Godoy e dos bailarinos Lúcia Tristão e Alexander Filipov

2 thoughts on “UM RELATO DIRETO DA BIG APPLE – LÚCIA TRISTÃO

  • 18 de abril de 2021 em 19:56
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    Muito bom este site, estão de parabéns.
    Desejo sucesso!!!

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  • 10 de fevereiro de 2024 em 21:06
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