Coluna José Lopes – OUTUBRO 2020

José Lopes

ALÔ, NEVILLE!

O cineasta mineiro Neville d’Almeida, radicado no Rio e que foi colega de colégio deste colunista, tá com um prato cheio nas mãos. Ele, que se apega às obras do falecido escritor Nelson Rodrigues para enredo de seus longas.

Trata-se da trajetória da pastora evangélica doublé de deputada federal Flordelis, que é a possível assassina do seu marido, o também pastor Anderson, que além de tudo era seu filho e namorado de uma irmã antes de se amasiar com a mãe.

Caso se concretize nossa sugestão, será produzido com certeza um campeão de bilheteria.

 

SUCESSO DE BILHETERIA II

Outro roteiro que tem tudo para entrar em cartaz futuramente é o caso das funções religiosas do padre Robson da Igreja Católica, envolvido com denúncias colossais de desvios das AFIPES-Associações dos Filhos do Pai Eterno, na cidade de Trindade, em Goiás.

 

CHUPA, BRASILEIRADA!

Para você que ganha salário mínimo, ou recebe auxílio emergencial, está desempregado como outros milhões de brasileiros ou passa fome, tomar nota babando: no Distrito Federal, também conhecido como a Ilha da Fantasia, criada pelo gênio JK, um coronel da PM está ganhando apenas R$ 30 mil/mês e um delegado de polícia R$24,6.

 

VAMOS LÁ

Neste país, abrir templos religiosos de qualquer doutrina é melhor negócio do que bares, restaurantes ou qualquer outro tipo de comércio.

Eles, os templos, estão isentos de impostos e o faturamento vem garantido pelos dízimos.

 

INDEFINIÇÃO NA ENGENHARIA

Como a ala mais conservadora de associados é contra a votação remota, a eleição da nova diretoria da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), que já tinha sido adiada para novembro, sofreu nova prorrogação, sem data definida até o fechamento desta coluna.

Por enquanto, são duas chapas registradas, a “Engenharia Já!”, que tem como candidato a presidente Virginia Campos de Oliveira e a “Novos Tempos”, encabeçada pelo presidenciável Krisdany Cavalcante. O pleito deverá ocorrer no sistema presencial.

 

SALVEM OS CORRUPTOS

Se com a Lava Jato a todo pano a corrupção continua avassaladora por aí, imaginem se ela for extinta, como deseja boa parte do legislativo, judiciário e do executivo?

Os digníssimos senhores especialistas em enfiar a mão na grana oficial vão nadar de braçadas.

 

MARAJÁ CHEIRA MARAJÁ

Continuando no modo Sétima Arte, mas no gênero chanchada, daria um ótimo enredo outro escândalo que provocou trepidações em todos os cantos do país: a aprovação, pela Câmara dos Deputados, tendo à frente os parlamentares do nosso Estado, da criação de um novo Tribunal Regional Federal, com sede nas Minas Gerais. Trapalhada que seria muito bem recebida pelos cinéfilos.

Para variar, o novo Tribunal geraria dezenas de dezenas de novos postos de trabalho, com salários galopantes no Judiciário. E dá-lhe, deputado Fabinho Liderança com seu apoio à iniciativa e seus rega-bofes da culinária mineira, com o meu, o seu, o nosso, na federal Brasília.

 

TADINHO

Segue afastado de suas funções aquele desembargador Eduardo Siqueira, que fez malcriação graúda com o guarda civil na praia de Santos.

Até o final do processo, para orgulho dos brasileiros, vai ficar em casa, mas recebendo o dinheirinho a que tem direito mensalmente. Para os magistrados, a punição máxima (que meda!) é a aposentadoria precoce.

 

DECADÊNCIA

Este colunista é dos tempos em que a gente saía daqui para curtir a fervilhante e imperdível vida noturna carioca. Dos bares, dos restaurantes e das boates de ponta que seduziam a todos nós. De casas absolutamente famosas, como Black Horse, Sacha’s, Little Club, Beco das Garrafas, Jirau, Le Bateau, Sucata, Dancing’Days, Canecão e a top-top de todas, a Hippopotamus, comandada por Ricardo Amaral.

O espanhol Chico Recarey também era um dos reis da noite na deliciosa Cidade Maravilhosa.

Pena que hoje só restam lembranças, já que a capital fluminense foi invadida por políticos corruptos, crime organizado, tráfico de drogas, milícias e outras mazelas.

 

QUE MENTIRA, QUE LOROTA BOA!

Em temporada de eleições municipais, preparem os ouvidos, que vem muita promessa para enganar trouxa por aí. No caso, os eleitores.

Tipo: nova linha do metrô; limpeza da Lagoa da Pampulha; solução para os problemas do Anel Rodoviário e outras mais miúdas. Passado o pleito, fica tudo como dantes no Quartel de Abrantes e os eleitos vão cuidar de rechear os seus bolsos.

 

LUTO CELESTE

Morreu o goleiro-galã Fábio Medeiros, que defendeu a meta azul nos anos 60, época em que os cofres do Barro Preto não eram saqueados por dirigentes, técnicos, comissões técnicas, empresários de jogadores, ex-jogadores, advogados da porta da Toca, Justiça do Trabalho, auxiliares e outros mãos-leves.

 

NENHUMA NOVIDADE

No meio da noite, primeira quinta de setembro, dia 3, um servidor ligou para um deputado para saber como estava a votação da reforma da previdência. Ouviu como resposta que não estava tendo sessão e que a votação final seria na sexta (dia 4). Mas como? Neste momento de emergência em que o governo estaria cortando direitos dos servidores e, ao mesmo tempo, buscando equilibrar déficit fiscal em cima deles. E, desconfiado, perguntou se não estariam votando por que tinha jogo do Atlético.

Na mosca: o time da elite branca é também o da torcida de seis dos oito líderes da Assembleia Legislativa, bem como o do presidente da Casa.

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