Homenagem do Dia das Mães
Homenagem do Dia das Mães
Por Maria Amélia Bracks Duarte – ACADÊMICA DA ACADEMIA FEMININA MINEIRA DE LETRAS – AFEMIL
Essa mulher a quem chamam Mãe
Não quero falar da mãe-modelo, a abnegada senhora de cabelos brancos, enrugada de experiências, cercada de netos atenciosos e que, aos domingos, reúne toda a família em torno de uma macarronada.
Minha homenagem tentar alcançar a mãe-mulher, de quem os filhos desconhecem as emoções de um coração desalentado de amor; falo da mãe amalgamada de sonhos desfeitos, que deseja um homem parceiro que lhe empreste o ombro para o aconchego e lhe acalme o corpo em noites insones.
Penso nas mães discriminadas pelas doenças, pelas raças, pelas etnias, aviltadas pela segregação cultural. Choro pelas mães contaminadas pela AIDS e pelo preconceito; pelas mães condenadas em tantos países africanos a não ter o direito de possuir terras; pelas mães submetidas, desde crianças, à selvageria do corte do clitóris para evitar o prazer feminino ou a costura da genitália como repressão à vida sexual; mães condenadas à exclusão social. Todas as homenagens voltam-se para essas mães-mulheres amputadas pelo mundo.
Vejo mães sem esperanças, aguardando ansiosas o dia de visitar seus filhos criminosos encarcerados. Mães prostitutas que perambulam pelas ruas à cata de esmolas de afeto pagas com pratos de lentilhas; mães pecadoras que engolem a hóstia da missa das sete e se perfumam com o incenso dos turíbulos. Lembro das mães assassinadas: as ângelas, as jôs, as elianes, a mãe estuprada nos bairros do Rio de Janeiro, nas ruas de Belo Horizonte, nos morros de São Paulo, nas praias do nordeste, mortas em nome de um falso amor, que verteram o sangue das veias pela hipocrisia de uma sociedade injusta e discriminatória; não ignoro as mães violentadas por seus maridos e companheiros, subjugadas pela prepotência e pelo poder, as que guardam hematomas na alma dilacerada de conflitos.
Homenageio as mães que enlouqueceram, as ensandecidas de paixão, as que habitam os cantos das páginas de jornal, na coluna de desaparecidos; as abandonadas em hospitais e asilos; as que guardam os retratos amarelecidos dos filhos que delas já nem se lembram mais. Não esqueço das mães que ensarilham armas nos movimentos dos semterra, libertárias nos ideais das lutas ideológicas, revolucionárias que bradam gritos de terror e medo nas fronteiras do Líbano, nas ruas ensanguentadas da Ucrânia invadida pela Rússia há dois anos, nas covas rasas da Palestina, que enterram os seus filhos bombardeados por mísseis israelenses numa guerra sem fim contra o Hamas, que remonta a tempos bíblicos; mulheres sem vozes e sem rosto nos conflitos armados que ocorrem sem manchetes de televisão, em Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria , mães que fogem da fome e morrem com seus filhos nas embarcações improvisadas nos mares do mediterrâneo; mulheres das favelas do Brasil, nos cantões do mundo; guerreiras nas trincheiras das drogas e vícios que rondam os seus filhos; mães vereadoras, deputadas, senadoras – tão sós – na guerrilha das mentiras políticas, da impunidade, da trapaça dos tribunais.
Para falar dessas mulheres anônimas e ignoradas – que nem precisam ter gerado filhos- que nossa voz nunca se emudeça na garganta, que nossos gestos não neguem o abraço carinhoso e vital a essa mulher homenageada num dia qualquer, essa mulher a quem chamam mãe.
Homenagem do Dia das Mães
Katherine Earhart Ordoñez
CÔNSUL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Eu me sinto muito bem recebida aqui e privilegiada por representar os Estados Unidos em Minas Gerais. Belo Horizonte é um lugar maravilhoso para criar filhos. Como mãe diplomata e de uma família internacional (meu marido é da Colômbia), tenho que ser resiliente e aberta a diferentes culturas e as maneiras de criar as crianças. Nossa caçula nasceu em BH. Nossa filha de seis anos nasceu na Argentina, mas é mineira de coração, pois tinha apenas três anos quando nos mudamos para cá. Nossas meninas têm uma ótima vida aqui. Os brasileiros adoram crianças! Isso nos faz sentir bem-vindos, mesmo quando elas não se comportam tão bem. Tem sido uma época especial ver nossas filhas crescerem, fazer amigos, e florescer aqui. Guardarei sempre com carinho essas lembranças que construímos aqui. Ser mãe de crianças pequenas transforma essa carreira em uma luta por alguns anos, mas para mim vale a pena. Converso com minha filha mais velha sobre o importante papel do governo e a diplomacia em nossas vidas e sobre o que faço no meu trabalho, seja uma reunião normal ou um evento especial. Vejo este estilo de vida como uma maneira incrível para minhas filhas conhecerem o mundo. Mas, com certeza, a experiência de se mudar com frequência lhes dará a compreensão de verdade da palavra “saudade.”
Homenagem do Dia das Mães
Astrid Boller
CÔNSUL HONORÁRIA DA SUÍÇA
Hoje em dia somos mães, profissionais, esposa, dona de casa!! Tudo junto e misturado.
Cuidamos de todos. Ser mãe é meu maior presente. Principalmente da Gabi, menina doce e firme ao mesmo tempo. Profissional médica como eu.
Somos uma família de médicos. Marido, filha, sogro e meu avô na Suíça.
Me divido além da profissão de médica, com o trabalho do Consulado da Suíça. Sou Cônsul Honorária há 10 anos. Meu pai já exerceu esse cargo. Agradeço a ele por todos os ensinamentos e sabedoria.
A rotina atarefada nem sempre é fácil. Mas poder cuidar das pessoas, ajudar e orientar na parte médica e consular é uma tarefa muito gratificante. E saber dividir todas as tarefas é o segredo do equilíbrio e sucesso!!!
Homenagem do Dia das Mães
Agnes Farkasvolgyi
CÔNSUL HONORÁRIA DA HUNGRIA
Agnes Farkasvolgyi (61 a.) é mãe de Camilla (36 a.) e João Pedro (33 a.). É formada em física, artes visuais e especializada em culinária pelo ‘Le Cordon Bleu’ de Paris. Atua como cozinheira e artista e está a frente do Bistrô d’A Casa da Agnes (desde 2020) e do Bufê Bouquet Garni há 35 anos. Tem a honra de ser Cônsul Honorária da Hungria em BH, sucedendo seu pai, Istvan Farkasvolgyi.
Camilla, assim como a mãe, é cozinheira e está estudando nutrição para se especializar em cozinha para atletas. Ela é maratonista e entende que uma boa alimentação é a chave para bom desempenho em tudo o que fizer na vida.
João Pedro é sociólogo, foi professor por mais de 10 anos, mas, numa virada de carreira, decidiu fazer arquitetura e se forma novamente no próximo ano. Vindo de uma família de arquitetos (bisavô, avô, tio), sua escolha foi muito aplaudida por toda a família.
Homenagem do Dia das Mães
Patrícia Azeredo Coutinho
CÔNSUL HONORÁRIA DA FINLÂNDIA
O que é ser mãe
A maternidade é uma jornada repleta de momentos mágicos e tropeços inesperados. É um caminho que nos transforma, nos desafia e nos enche de amor, mas também nos leva a enfrentar dificuldades e incertezas.
Ser mãe é hoje em dia é um desafio enorme, ante a tantos novos estímulos que as crianças tem, onde a tecnologia nos leva a lugares e a consequências ainda desconhecidas.
A magia da maternidade está presente desde o momento em que descobrimos que um novo ser está crescendo dentro de nós. A cada movimento que sentimos, a cada ultrassom que acompanhamos, a conexão com esse pequeno ser se fortalece. E quando finalmente o seguramos em nossos braços, a magia toma conta de nossos corações. É uma sensação indescritível ver o rosto do nosso filho pela primeira vez, sentir seu cheiro, ouvir seu choro. No momento que dei à luz me senti parte da natureza, como os demais animais, e o nascimento de um bebê um verdadeiro milagre.
A maternidade nos exige equilíbrio, nos ensina a sermos gentis conosco e a nos permitirmos cometer erros. É importante lembrar que somos humanas, e que ser a melhor mãe possível não significa ser perfeita. Acredito que o maior presente que podemos dar aos nossos filhos é o sentimento de pertencimento, onde somos vistas como um porto-seguro, alguém que o filho possa confiar e dar conforto.
Homenagem do Dia das Mães
Elim Tropia Barreto
Elim Tropia Lopes e depois Barreto da união com o falecido jornalista Plínio Bossi Barreto por 66 anos. Filha do italiano de Agrigento Antonio Tropia e de Engracia Lopes filha de espanhóis de Zaragoza. Nasceu no dia 29 de setembro de 1927, em breve, com graça de Deus completará 97 anos. Teve sete filhos – Marcus Vinicius, Luiz Otávio, Rosanina, Roselim, Rosana, Engracia Maria e Plínio. A família aumentou com a vinda de doze netos: Daniel e Rafissa filhos de Marcus Vinicius Rodrigo, Vanessa e Luiz Fernando de Rosanina, Flávia e Guitherme, de Roselimn, Pedro – de Rosana, Rafael e Gabriel, de Engracia, e Paula e Lucas filhos de PlÍnio. – E os netos lhe deram dez bisnetos até essa data Vitor e Giulia, filhos da Vanessa. O Luan, filho do Rodrigo e João Pedro, Lucas Maria Eduarda, filhos do Luiz Fernando. Bernardo, filho da Flávia, Marina – filha da Paula, Alice, do Rafael e Luca, da Raissa. Os dois últimos nascidos nos Estados Unidos. Elim vive heroicamente numa cama hospitalar, em sua casa, sob a assistência de Cuidadoras, acompanhada pelos filhos e netos. Ouve e vê naturalmente. Já não anda mais e tem dificuldade em se expressar. Elim é uma guerreira. Fã incondicional do Palestra ltália e depois do Cruzeiro. Ensinou, junto com marido Plínio, a maioria dos filhos, netos e bisnetos a amarem o seu time de coração. Educou os sete filhos com esmero e dedicação, não deixando faltar nada no dia a dia de uma casa repleta de crianças. Cobradora dos filhos nos estudos, exigia que todos cumprissem as obrigações diárias com responsabilidade.
Homenagem do Dia das Mães
Maria José La Rocca
Minha mãe esteve à frente do seu tempo , casou nova , teve um filho , e teve que optar em criar o filho e viver com um alcoólatra, se divorciou a primeira da família , virou pai e mãe numa época bem machista início da década de 70 , trabalhava durante o dia e estudava a noite , para dar um sustento e um futuro para o filho, pois não recebia nenhuma ajuda do meu pai , foi guerreira sofrendo críticas mas enfrentando tudo e a todos de cabeça erguida , mas venceu , hoje posso dizer a você mãe que todo esse esforço dedicação abdicação valeram a pena , temos hoje a nossa continuidade nas 3 netas , mãe tenha. Certeza que a senhora é meu orgulho e exemplo te amo.
Homenagem do Dia das Mães
Maria Elisa Chaves Machado
ESCRITORA
É difícil encontrar palavras em qualquer língua para dizer o significado do amor de mãe. Ela tem o privilégio divino de gerar um ser pelo qual o amor é infinito…
Minha mãe Carlota foi o meu maior exemplo! Era dotada de uma grande força para enfrentar as adversidades da vida com serenidade e alegria.
Nasceu órfã de mãe, pouco tempo depois perdeu também o pai. Como morava em uma cidade muito pequena, não pôde dar continuidade aos estudos, mas despertou em cada filho o amor ao conhecimento. Fez com que todos os filhos tivessem graduação superior, formando três médicos, dois dentistas, dois advogados, duas professoras, um engenheiro e um economista.
Na sua magnânima simplicidade nos ensinou a essência de tudo… a vida enfim. Não há nada mais lindo que o amor de mãe! Talvez o brilho do olhar de uma criança traduza, na sua beleza, o amor de mãe!
Para as mães, os filhos já velhos continuam pequeninos. Mãe é “Para Sempre”, como disse Drummond no título de seu poema.
Seu coração pulsa junto ao coraçãozinho do filho em todos os momentos: no primeiro sorriso… no primeiro passo… na primeira palavra! Dói na sua dor, alegra na sua alegria. Seu pensamento acompanha o seu caminhar por toda a vida.
É doce e difícil a missão de ser mãe. Mas, elas são capazes de ouvir a voz do coração.
Mãe é amor! Filhos são o maior presente de Deus!
Pai e mãe são o nosso chão de onde nascem as mais caras raízes afetivas, que nos acompanham durante toda a sua existência e depois…
Em geral os filhos seguem a profissão dos pais. Renan e Fernanda são Juízes de Direito e Gustavo é Procurador do Estado de Minas Gerais.
Minha filha Fernanda vive intensamente a infância de suas meninas Maria Luiza e Ana Júlia. Consegue aliar a magistratura inteiramente à rotina delas.
Minha nora Clarice une o seu trabalho de mestre em direito ambiental aos cuidados do Pedro, com muito carinho, junto do Gustavo.
Minha nora Luciana desdobra-se na arquitetura e seus dois filhos Gabriel e Mateus.
Tenho muito orgulho dos adultos que meus filhos se tornaram pelo caráter, ética e integridade.