Minha mâe, Antonieta Cunha

Minha mâe, Antonieta Cunha

(Ocupante da Cadeira Nº 9 da Academia Mineira de Letras.)

Por Léo Cunha (filho)

Antonieta Cunha com a neta Sofia e o marido Eunápio

O maior presente que recebi da minha mãe foi crescer em meio a uma biblioteca de mais de 20 mil livros, dentro de casa. Aquelas prateleiras intermináveis, abarrotadas de literatura, história, teoria, dicionários, enciclopédias, quadrinhos e tudo o mais, me deixavam fascinado, mesmo quando eu ainda era muito pequeno para compreender que aquilo era um baita privilégio. Nas outras casas – dos meus vizinhos, colegas e amigos – era raríssimo encontrar uma biblioteca, ainda mais uma com aquele tamanho e variedade. Minha mãe e seus livros me transformaram no que sou hoje: escritor, tradutor, professor universitário, mas principalmente me fizeram um grande leitor e um pai que leu muito para os filhos.

Ao longo da vida, fui descobrindo que minha mãe também despertou a paixão pela literatura em centenas, aliás, milhares de pessoas: seus alunos na UFMG, nos cursos de Letras, Educação, Biblioteconomia e Comunicação, ou em vários cursos de pós-graduação, na própria UFMG, na Puc-Minas e em outras instituições Brasil afora.

Como editora desde os anos 1970, ela também ajudou a transformar o panorama da literatura infantil e juvenil brasileira, inclusive lançando escritores e ilustradores fundamentais. Sua entrada na Academia Mineira de Letras veio coroar essa vida dedicada à literatura, à arte, à reflexão e a tudo o que há de mais humano em todas essas atividades.

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