Prêmio Primeira Linha Especial 2021

Agraciado: Museu de Automóveis Clássicos e Relógios Antigos de Carmo da Mata-MG

Rúbio, infernalmente um cavaleiro

Inteligência é a marca registrada da família Fernal. Minha mãe costumava convidar, para almoço, a tia Hilda. Um português impecável e uma voz agradavelmente modulada, ouvíamos dela, com prazer, criticas as vezes mordazes escondidas numa conversa sedutora “uns nascem para cavalos, outros para cavaleiros” dizia ela. Sem dúvida Rúbio é infernalmente um cavaleiro. Tem a loquacidade da tia, maneja com charme fatos e histórias vividas, prendendo o interesse permanente do ouvinte. É um colecionador de coisas bonitas: carros, quadros, tapetes, pratas, cristais que representam o mundo por onde andou recolhendo para seu prazer e o nosso o que mais agradou a seu refinado bom gosto. Cavaleiro e cavalheiro, com certeza.

Priscila Freire
Presidente do ICSEU – Instituto Chácara Santa Eulália

Rúbio, um amigo especial

A revista PRIMEIRA LINHA me solicitou falar sobre o meu querido amigo Rúbio Fernal. Eu me sinto feliz em fazê-lo, dada nossa amizade de décadas, advinda do afeto e convivência entre minha mãe Nieta Veiga Sales Ferreira, a mãe de Rúbio e a tia dele – Dona Lígia e a Professora Hilda Fernal, respectivamente. Família de Oliveira, centro de grandes políticos mineiros, Dona Hilda foi uma das mulheres mais inteligentes, ousadas e cultas de sua época naquele município. De professora local, chegou ao tradicional e conceituado Colégio Izabela Hendrix, em Belo Horizonte, onde a conheci e tive a felicidade de tê-la como professora de Geografia. Era carismática e brilhante mestra. Influenciou indelevelmente toda uma geração, levou-me, por exemplo, a amar o mapa múndi e a cartografia em geral – o que tem tudo a ver com valores, interesses e a curiosidade que me despertou pelo mundo. Tornei-me uma viajante e foquei em conhecer os 5 continentes, hoje já são mais de 100 países visitados. Rúbio era apaixonado por essa brilhante tia e isso nos aproximou. Sem dúvida, ele herdou dela inteligência, verve e curiosidade permanente. Tem grande facilidade de interlocução e capacidade de fazer amigos. Não quero desvalorizar a influência genética de seu pai, Rúbio Ferreira e Sousa, neto de Cícero Ferreira, mas me permitam dar vazão ao meu encanto por essa notável mestra Hilda Fernal.

Formado em engenharia, aos 28 anos, Rúbio já era chefe de gabinete de outro brilhante engenheiro mineiro, deputado, Ministro, um realizador incontestável: Eliseu Resende, conterrâneo de Oliveira. Dessa aproximação só poderiam sair grandes coisas e assim foi a vida de Rúbio Fernal (o Rubinho). Casou-se com a encantadora e inteligente Monica, de Carmo da Mata, de uma família produtora de café de alta qualidade. Grande anfitriã, fina e organizada, forma com Rúbio um casal anfitrião nota dez em Brasília, onde residem há mais de 33 anos. Ele, colecionador de arte e antiguidades

, tem bom gosto indiscutível e, além disso, é viajante incansável junto com Monica.

Desde menino, Rúbio é amante dos carros antigos. Com paciência e determinação, foi comprando e recuperando tais carros e hoje possui uma das maiores coleções que se conhece no país. Um espetáculo a ser visitado em Carmo da Mata, Centro-Oeste mineiro, perto de Itapecerica e Cláudio.

Eu gastaria muito mais espaço para falar de Rúbio e suas coleções – a de relógios antigos é deslumbrante – mas a jornalista Tetê Rios terá essa agradável função nas próximas páginas. Rubinho e Monica, eu adoro vocês!

Maria Elvira Salles Ferreira Ex-deputada e colecionadora eclética