MULHERES DE PRIMEIRA LINHA DE 2021 – AGRONEGÓCIO
MULHERES DE PRIMEIRA LINHA DE 2021
AGRONEGÓCIO
Ana Paula Cunha Bambini
APAIXONADA PELO VINHO
Uma paixão que cresceu e se transformou em negócio. Assim foi a história de Ana Paula Cunha Miranda Bambini com a produção de uvas e vinhos. Mulher de fibra e extremamente dedicada, ela se debruçou nos estudos para o desenvolvimento pioneiro da cultura na Fazenda Fortaleza, em Cruzeiro de Fortaleza, a 32 quilômetros de Patrocínio, no Alto Paranaíba.
Ela e o marido, o engenheiro agrônomo e consultor de café Flávio de Freitas Bambini, conheceram um senhor que produzia vinho para consumo próprio, José Marson. Interessaram-se pela possibilidade, participaram de um dia de campo na Epamig de Calda e decidiram apostar no plantio de uvas, em 2012. Só conseguiram adquirir as mudas em 2015. Depois do plantio das videiras, a semente do Vinho Bambini começou a vingar, resgatando a herança italiana do avô e do bisavô de Flávio.
O trabalho no desbravamento da nova fronteira para o vinho foi árduo. Tiveram que descobrir tudo sobre a produção e os custos eram altos. “Se eu não tivesse ido atrás, meu marido já tinha desistido”, afirma a produtora rural e empreendedora, que é de família de comerciantes e gosta de assumir desafios. Na última safra, a colheita de 6 toneladas de uvas syrah resultou em 5,4 mil garrafas do vinho Bambini.
Ana Paula tem 43 anos, é graduada em Administração e tem pós em Gestão empresarial, pela Universidade Federal de Uberlândia. Mãe do Arthur, de 13, e de Ana Carolina, de 10, além de se dedicar às uvas e vinhos, também pratica mountain bike e tênis. Agora, seu sonho é o desenvolvimento da cultura na região, com o envolvimento de outros produtores rurais, para formar uma associação com vinícola local. A partir daí, querem criar um polo turístico para amantes de vinhos, de cafés e de queijos.
Daniele Alkmin Carvalho Mohallem
EMPREENDEDORA DO CAFÉ
Da quinta geração de uma família de cafeicultores de Santa Rita do Sapucaí, a empresária Daniele Alkmin Carvalho Mohallem é uma empreendedora que se tornou referência em inovação. Com formação gerencial pelo Sebrae, formada em Administração de Empresas (FACAMP), pós-graduada e Q-Grader certificada internacionalmente, ela é sócia-fundadora e CEO da Agrorigem – The Coffee ID, startup que oferece uma plataforma digital para conectar produtores de cafés especiais com compradores internacionais.
A vivência em fazenda de café vem da infância, mas foram 10 anos em uma empresa de engenharia antes de começar a trabalhar com o pai na cafeicultura, em 2015. Em 2019, com o sócio Guilherme Cassemiro e com seu pai, Carlos Henrique Moreira Carvalho, criou a Agrorigem, incubada no Inatel, em Santa Rita do Sapucaí, considerada polo em tecnologia e inovação. Na startup, Daniele uniu a sua experiência, incluindo a vivência em um intercâmbio no Reino Unido, o conhecimento de cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, a compreensão das dores dos produtores e do potencial do mercado.
Hoje, a Agrorigem conta com 127 cafeicultores, tem representante comercial na Europa e viabiliza a exportação principalmente para o Reino Unido e a Austrália. A relevância do marketplace é tanta que fez a Agrorigem ser a primeira startup a receber investimento da NovoAgro Ventures, iniciativa do INAES. “Foi fantástico para impulsionar a tecnologia no agronegócio. A capilaridade do Sistema junto aos cafeicultores é um grande apoio para o desenvolvimento do nosso trabalho.”
O empreendedorismo acompanha Daniele. “Tive o apoio da minha família para seguir esse caminho. A inovação é o presente e segue em ritmo acelerado. Às mulheres que querem começar ou que já estão nessa trajetória, que tenham persistência e afinidade com o negócio, que nunca deixem de se especializar e que tenham coragem.” Esses também são valores que se refletem na educação das filhas de Daniele, Isabella e Letícia, de 8 e 6 anos, para um futuro em que o empreendedorismo feminino tenha cada vez mais força.
Érica Vieira Lopes Rosa
PRODUZINDO CACHAÇA DE QUALIDADE
Aos 14 anos, Érica Vieira Lopes Rosa já ajudava o pai, o pecuarista de leite, Josmar Lopes Rosa, a tratar das vacas. Ela cresceu na fazenda Cachoeira, em João Pinheiro, ao lado da mãe, Ione e dos irmãos mais novos Elisa e Emílio. Mas, de todos, foi sempre a que teve maior afinidade com o universo rural. Tanto que, hoje, aos 40, é o braço direito de “seu Josmar” na lida da fazenda que, nos últimos anos,ganhou uma nova e importante personagem: a “Pinheirinha”, cachaça produzida por eles há quase três décadas.
A ideia de montar um alambique surgiu depois que Josmar fez um curso de “Cachaça Artesanal”, em BH, buscando uma forma de aumentar a renda para garantir o estudo dos filhos. “Já plantávamos cana para alimentar o gado. Só precisamos aumentar um pouco a área e adquirimos um pequeno alambique de cobre”, lembra Érica.
O pai, a certa altura, chamou os filhos e disse que não queria “herdeiros”, mas sim “sucessores”… Que gostaria que eles, de fato, se envolvessem no negócio. Para Érica, mesmo já formada em Direito e com boa clientela, foi fácil. Emílio demorou um pouco para se decidir, mas hoje, é o engenheiro químico dos alambiques. Só a Elisa que seguiu na área da saúde.
Sem perder tempo, a primogênita fez um curso de Gestão Empresarial no Sebrae, assumiu a parte administrativa da fazenda e tornou-se sócia do pai e do irmão, sem largar o Direito.
Alguns anos depois, eles compraram mais três alambiques de cobre e uma colheitadeira. Hoje, produzem cerca de mil litros de cachaça, por dia, que vendem para o mercado local e Noroeste de Minas. “É um trabalho que me gratifica, me orgulho da forma despretensiosa como começamos e de, hoje, oferecermos ao mercado um produto de alta qualidade”. A meta, agora, é expandir as vendas para outras partes do Brasil e, quem sabe, até exportar. Enquanto faz planos, Érica adora descansar na rede na varanda da Fazenda Cachoeira.
Rosana Chiavassa
ESTREIA DE SUCESSO NO AZEITE
Determinada e inventiva, Rosana é o tipo de mulher que se divide em mil. Divorciada há mais de 30 anos, cuidou sozinha da criação dos filhos Marcelo (34 anos), Gabriel (33) e Eduardo (32). Como advogada, se destaca nacionalmente. Já atuou em diversas comissões da OAB/SP e Conselho Federal. Foi a responsável por abrir no país as áreas de Direito da Saúde e Direito da Saúde Pública. E conquistou, ainda na década de 90, a primeira liminar brasileira contra uma operadora de planos de Saúde.
Já o agro é uma paixão recente. “Até 2018, hotel fazenda era o conceito mais próximo que eu já tinha chegado da vida no campo”, conta. No começo de 2019, comprou umolival em Maria da Fé, e começou do zero. Contratação de empregados, tratos culturais, escolha de rótulo, registro de marca, marketing, venda… E assim nasceram os Azeites Monasto, marca ainda muito jovem e já despontando entre as queridinhas dos especialistas e chefs de cozinha.
O segredo, talvez, esteja na música. Espalhados pela propriedade, alto-falantes tocam peças clássicas para as oliveiras durante todo o dia. A ideia, somada a muito trabalho, se traduziu em qualidade. E em quantidade. A primeira colheita, em 2020, foi a maior da região da Mantiqueira. Com o comércio físico limitado pela pandemia, a divulgação foi feita numa imensa rede de relacionamento. E surpreendeu!
No Encontro das Empreendedoras do Agro de Minas, promovido pelo Sistema FAEMG, Rosana participou do painel sobre novos mercados. “O Brasil não produz nem 1% da demanda nacional de azeite, e grande parte da população ainda consome produtos de baixa qualidade. Temos produzido com altíssima qualidade, e o frescor que nenhum importado tem”.
SEU QUEIJO É “OURO DAS GERAIS”
Walkiria Borges Naves
A médica veterinária Walkiria Borges Naves conheceu a arte da produção de queijo em 2006, quando trabalhava com inspeção de produtos de origem animal, na Prefeitura de Uberlândia. Com o passar do tempo, foi “tomando gosto” pela arte e resolveu, nove anos depois, começar o seu empreendimento. O primeiro passo foi a reestruturação da propriedade e a mudança do rebanho de girolando para jersey. Filha de produtores rurais, Walkíria é casada com Gilmar Loreno e tem dois filhos, Matheus e Thiago, que a apoiam no projeto.
Sua produção começou mesmo em 2018, regularizada com os critérios de inspeção estadual e nacional. O queijo artesanal Ouro das Gerais começou a ser produzido com 150 litros de leite. Hoje, com de 600 a 700 litros diários, são produzidas, em média, 65 peças, o que gera algo em torno de 1,4 mil quilos, mensalmente. O volume ainda não aumentou, pois, a empresária pretende investir em caves de maturação de queijos.
Walkiria entende que a produção não é apenas um negócio, mas sim um conceito que envolve a todos, da produção até o consumidor. Por conta disso, suas metas são: manter a qualidade, o padrão e buscar sempre a melhoria constante do produto, que é distribuído em todo o país.
Oi…
Visitei seu site, muito bom, voltarei em breve.
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Obrigado..!