Noite inesquecível na Big Apple – Woody Allen, o músico
Noite inesquecível na Big Apple
Woody Allen, o músico
Por ISMAEL LIBANIO
Médico e turismólogo amador
Há muito tempo, minha esposa Dirce e eu admiramos os filmes de Woody Allen. Suas trilhas sonoras, com os clássicos americanos, são encantadoras.
Desde a época de suas apresentações no “Michael’s Pub”, em NYC, tínhamos o desejo de ver e ouvir Woody Allen tocando sua clarineta.
Anos atrás, a oportunidade apareceu. Então, ele tocava toda segunda feira no “Café Carlyle”, a casa noturna do hotel “The Carlyle”, em Nova York, com somente 90 lugares. Com três meses de antecedência reservamos nossa mesa. Ele se apresenta às segundas feiras, acompanhado por um conjunto de jazz, a “Eddy Davis New Orleans Jazz Band”.
Vale uma informação do hotel. Dos mais prestigiados de Nova York e bem localizado, ele é quase todo de suítes, a maioria ocupada por moradores idosos milionários. Curioso é que seus moradores se encontram à noite para uma sopa, retornando depois para suas suítes! É o momento de confraternização! Certa noite tivemos oportunidade de ver esse costume. O hotel tem, também, um bar “Belmemans” onde se apresentam músicos e cantores.
Aproveitamos e jantamos no hotel com um dos melhores restaurantes da cidade e com serviço coordenado pelo simpático maître Erol (sim, com r só).
O show foi magnífico durando 90 minutos, sem interrupção. Woody Allen é muito tímido. Tocava olhando para o chão e, mesmo quando não estava tocando, raramente olhava para a platéia que lotava o local. Os aplausos foram muitos.
Depois do show, em sala próxima, conversamos com o dublê de cineasta e músico que se mostrou muito amável. Junto com ele estava sua esposa Soon-Yi. Conversamos sobre seus filmes e, então, adiantou-nos que em maio daquele ano seria lançado o filme “Meia Noite em Paris”.
Falou-nos de suas viagens e de sua família. Lembrei que em documentário sobre sua turnê pela Europa, ele em Paris visitando um ateliê de clarinetas, fez tudo para comprar uma que tinha som maravilhoso, mas o dono não quis vender. Ele falou que foi isso mesmo. Que até, então, arrependia de não ter comprado! Dirce entregou a ela como presente colar de pedras brasileiras adquirido em Ouro Preto. Agradeceu muito.
Vale registrar que já conhecíamos o “Café Carlyle” de apresentações do cantor, pianista e amigo Bobby Short que fazia temporadas de dois meses no primeiro (abril e maio) e segundo (setembro e outubro) semestres. Isso há 36 anos! Ele tocava piano e cantava em apresentações de terça feira a domingo.
A proposito, conhecemos Bobby Short quando veio ao Brasil para apresentação na casa noturna “150”, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Depois, por varias em vezes, assistimos suas apresentações no “Café Carlyle”. Bobby Short é matéria de uma das crônicas de viagem que escreví e está incluída em livro a ser brevemente publicado.